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domingo, 10 de outubro de 2010

Abelhas ecoeficientes geram benefícios econômicos e ecológicos



Viveiro Manequinho Lopes – Parque do Ibirapuera/SP – Brasil – Foto: Antonio Carlos Castejón

Ecoeficiência significa INTEGRAR desempenho ecológico com econômico. Por exemplo, quando uma indústria de bebidas trata seu resíduo líquido e ao invés de despejá-lo na natureza, trata-o e reutiliza-o em seu processo produtivo. Assim gera desempenho ecológico ao não poluir os ecossistemas e desempenho econômico ao reduzir os gastos com o insumo água. As abelhas também podem contribuir para a ecoeficiência de empresas, especialmente para ecoeficiência de fazendas de café.


O estudo liderado por Taylor Ricketts, pesquisador da Universidade de Stanford e do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) foi publicado recentemente no periódico “PNAS”, da Academia Nacional de Ciências dos EUA (www.pnas.org). O grupo mediu a produtividade de cafeeiros em uma fazenda de 1.065 hectares no Vale Geral da Costa Rica e constatou que plantas num raio de 1 km de um fragmento de floresta nativa produziam 20% mais grãos. A polinização (transporte de pólen de uma flor para a outra que fertiliza a planta) realizada pelos insetos da floresta também era mais eficiente: a quantidade de sementes malformadas nesses cafeeiros foi 27% menor.

O aumento de 20% na produtividade dos cafeeiros próximos à floresta correspondeu a 61.716 dólares, ou 7% dos resultados da fazenda.
As abelhas fazem parte das populações de polinizadores, como pássaros, borboletas, besouros, morcegos, roedores entre outros.
O Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França (Inra), estimou que o valor dos serviços prestados por insetos chega às cifras de 150 bilhões de euros. Esse valor é equivalente a 10% do PIB agrícola mundial.
Segundo relatório da FAO (organização da ONU para a agricultura), 45% das espécies de abelha no mundo desapareceram nos últimos 50 anos. Mas há solução: o Brasil, por exemplo, disponibilizará três milhões de dólares nos próximos cinco anos para bolsas envolvendo polinizadores. Esse dinheiro será oferecido por meio de parcerias entre o Ministério do Meio Ambiente e o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio). O recurso todo poderia ser aplicado na seguinte solução, citada por Hawken, Lovins e Lovins (1999):

''Investindo no Capital Natural: essa estratégia compreende investir na sustentação, na restauração e na expansão dos estoques de capital natural (serviços prestados gratuitamente aos homens pelos ecossistemas). Isso estimula a biosfera a produzir mais recursos naturais.''

Pelo jeito, quando um empresário for projetar os gastos com adubos para uma fazenda de café, poderá computar um investimento com manejo de abelhas ao redor de seus cultivos.

Referências:
http://blogs.estadao.com.br/andrea-vialli/um-forca-para-os-polinizadores/
HAWKEN, Paul; LOVINS, Amory; LOVINS. Hunter. Capitalismo natural: criando a próxima revolução industrial. São Paulo: Cultrix, 1999.

Prof. Me. Cássio Vellani é Bacharel em Ciências Contábeis (FEARP, USP; 2004) e Mestre em Contabilidade e Controladoria (FEARP, USP; 2007). Professor no curso de Ciências Contábeis das Faculdades COC, Ribeirão Preto. Professor no curso de Administração da UNAERP, Ribeirão Preto. Pesquisador em Contabilidade da Gestão Ambiental. Pesquisador em Finanças. Consultor em Custos.

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