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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pais se desdobram para criança viver como criança

Com a explosão de redes sociais na internet, a médica Ana Paula Cury propôs um desafio para a família: o computador só seria liberado para os filhos após os 14 anos. TV, só depois dos 11 anos.


A intenção era garantir aos filhos o máximo de tempo livre para brincadeiras tradicionais, como caça ao tesouro e pega-pega. Uma forma, acredita, de estimular criatividade, imaginação e desenvolver habilidades sociais. "Por muito tempo fui considerada "xiita" pela família do meu marido", afirma.

A pressão externa é mesmo o que mais dificulta o trabalho dos pais que optam por tentar manter as crianças dentro do universo infantil, compatível com suas idades, de acordo com especialistas.

Afinal, como explicar para os filhos que criança não precisa usar salto alto nem ter o telefone celular de último tipo, se os coleguinhas do colégio dispõem de tudo isso?

Ana Paula reconhece a dura tarefa de "remar contra a corrente". "Mas eles precisam aprender a conviver com as diferenças. Na casa dos amigos, a coisa funciona de um jeito. Aqui, é diferente."

Certa vez, o mais velho ganhou da madrinha um computador ao fazer 10 anos. Isso feria as regras da casa. O garoto teve de abrir mão do presente em troca de um Lego. Ana Paula se diz satisfeita com o resultado final. Seus filhos têm hoje 19, 16 e 12 anos.

Mãe de João e Felipe, de 5 e 7 anos, a administradora Adriana Sonnewend, 37, afirma procurar um equilíbrio entre restrições e liberdades.

Jogos eletrônicos e computador são os principais motivos de polêmicas. Os garotos têm Wii, mas só são autorizados a jogar duas vezes por semana, por no máximo uma hora, no começo da noite.

O dia é reservado para as brincadeiras, os esportes e encontros com os amigos. Jogos individuais, como PSP e DS, febres na escola onde estudam, foram banidos de casa. "Nessa idade, eles precisam aprender a se relacionar, sociabilizar, não pode ficar jogando sozinho com uma maquininha", diz.

O uso do computador é vetado. "Mas fora daqui, na casa dos amigos ou da avó, eu sei que eles têm acesso", diz.

Lidar com as pressões exige determinação. Apesar dos pedidos precoces da filha mais velha, a terapeuta ocupacional Mariane Tortella, 45, só permitiu que Ligia usasse e tivesse sua própria maquiagem este ano, aos 12.

"Para que estimular a vaidade precocemente? A autoestima deve estar ligada a outras questões", afirma.

Ela usa brilho labial e rímel incolor apenas nos finais de semana. Esmalte só em ocasiões especiais. "E é ela quem passa. Nada de frequentar salão de beleza. Não é lugar para criança",diz.

Mariane tem ainda outra tática para tratar criança como criança: "Não tem de entender nem opinar em conversa de adulto. Se tentam chamar a atenção enquanto estamos conversando, ocupados, a gente pede para esperar. Eles não podem agir como "reizinhos'".
FONTE:
http://www.expressomt.com.br/

Um comentário:

  1. Super concordo e mais: acho que nós, adultos, precisamos cuidar do nosso lado criança, resgatando bons hábitos e deixando um pouco o computador de lado!bjoss

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