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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Telhados verdes: eles vieram para ficar

A modalidade começa a ser difundida pelos Estados Unidos e, na Europa, já entrou no estágio da experimentação com novas possibilidades de formas e designs. Além de melhorar a absorção da água da chuva, promover um melhor isolamento acústico e diminuir a concentração de poluentes na atmosfera, um estudo da Universidade de Columbia demonstrou que ao revestir a cobertura de um prédio com uma camada de terra e plantas é possível diminuir em até 84% sua absorção de calor.
Formados em cima de uma membrana impermeável –  em contato com a estrutura do teto – , uma camada de drenagem, terra e uma cobertura vegetal, os telhados verdes têm temperaturas muito próximas às do ambiente. Isso ocorre porque as plantas evaporam grandes quantidades de água, resfriando o edifício e atuando como verdadeiro antídoto contra a formação de ilhas de calor urbanas, o aquecimento excessivo gerado pelas construções e asfalto das cidades. Já os tetos convencionais podem atingir temperaturas de 80oC às 13h, mesmo fora do alto verão.

Apesar de custar quase três vezes mais que o convencional, o número de telhados verdes está aumentando nos Estados Unidos. No ano passado, foram implantados em Chicago quase 56 mil metros quadrados de cobertura vegetal em prédios. Breve, esse número vai mais que decuplicar, atingindo 650 mil metros quadrados, pois a cidade tem outros 600 projetos na manga. Washington adicionou mais de 17 mil metros quadrados em 2009, e pretende alcançar a meta de ter 20% de telhados verdes até 2020.
Já em Nova York, a prefeitura criou subsídios para incentivar seus habitantes a recorrer ao telhado verde, e já é possível notar uma Manhattan mais esverdeada. Aprovada em 2008, a lei permite abatimentos em impostos no valor de até U$ 100 mil por ano. E o investimento vale a pena. No James Farley Post Office, edifício com a maior cobertura vegetal da cidade, o escoamento de água da chuva foi reduzido em 75% no verão e 40% no inverno desde que o telhado foi instalado. Isso porque as camadas de plantas e terra absorvem grande parte dessa água, evitando que ela sobrecarregue o sistema de drenagem da cidade e contribua para eventuais enchentes. Além disso, como a cobertura vegetal resfria o prédio no verão e funciona como isolamento térmico no inverno, estima-se que ela promova uma economia de U$30 mil ao ano com gastos de energia.

Na Europa, essa tecnologia tem sido utilizada há quase 30 anos. Em algumas cidades, como Stuttgart, na Alemanha, e Copenhagen, na Dinamarca, a utilização de cobertura vegetal é obrigatória para a maioria das novas construções. E já tem gente experimentando com novas formas e designs. Na Noruega foi construído um hotel com telhado verde ondulado em que os hóspedes podem subir para tomar um ar ou fazer exercícios. Em Amsterdã há um prédio residencial com essa mesma ideia, só que cada apartamento tem a sua própria saída para o terraço. Além disso, a construção foi toda planejada para aproveitar ao máximo a luz natural. E no interior da Polônia foram feitas casas com extensos telhados verdes que quase de se confundem com a vegetação local, diminuindo o impacto da arquitetura na paisagem natural.

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